sexta-feira, 15 de abril de 2011

Evoluindo o senso crítico...

Oi, pessoal,

não pudemos nos dedicar, nas turmas de 2ª Série, às ideias do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau. Uma pena. Rousseau foi tão ricamente interpretado na história das ideias que seu nome é constantemente associado às origens de correntes conflitantes, como o Iluminismo e o Romantismo.

De qualquer forma, deixo aqui um questionamento possível a partir de suas ideias: será que a oposição entre um estado de natureza e um Estado Civil é totalmente coerente? Melhor ainda: será que esse estado no qual vivemos e que nos acostumamos a chamar de "civilização" se opõe à barbárie? No senso comum, sempre ouvimos a opinião de que "somos seres mais evoluídos que os outros animais" ou de que "estamos evoluindo a cada dia". Será isso verdade? Não deveríamos primeiramente analisar o conceito de evolução, antes de construirmos nossa realidade a partir dessas impressões descompromissadas?



Para ilustrar essas questões, havia planejado passar um clipe da banda Pearl Jam, chamado "Do the Evolution". Na 2004, atendendo ao pedido do Charles, passei o clipe no final da aula. Como não rolou na 2003, comprometo-me a passar na próxima aula. Fica aqui, de qualquer modo, o clipe, que é produzido pelo MacFarlane Studios. Para quem não sabe, Todd MacFarlane é um desenhista, criador de HQs e empresário que revolucionou o traço e as narrativas das histórias do Homem-Aranha e criou o Spawn.


I.P.C.: a banda Pearl Jam já foi algumas vezes muito, muito mal interpretada. Trata-se de um grupo inteligente e crítico, que jamais faria apologia à violência gratuita ou à alienação de indivíduos. O clipe complementa a letra (link com tradução), que é nitidamente crítica, irônica, e escarnecedora. Como somos todos seres humanos, a música é, logo, também autocrítica, autoirônica e autoescarnecedora, ou seja, nada estúpida. Logo, eu tenho certeza que nenhum de vocês, ao ouvir a música e ler a letra, se sentiu assim:


Nada contra a camisa preta, o gesto do Heavy Metal ou à expressão do sujeito. Nada contra o seriado Os Simpsons, que acho igualmente inteligente, irônico e escarnecedor. O problema é, digamos, a maturidade intelectual e moral do personagem em cena.

Um abração a todos!

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